terça-feira, 27 de maio de 2008

Vitrine do Ecovolucionário

Neste espaço vou apresentar as pessoas que de uma maneira ou de outra estão engajados em desenvolver projetos ou produtos visando a sustentabilidade!


O Bernardo é um exemplo clássico, foi despertado para o Ecodesign já na Univer Cidade, e hoje depois de inclusive ter ido até a China para conhecer a fundo o uso de materiais como o Bambu, desenvolve outros trabalhos de ecodesign alem dos que já faz com esta gramínia milenarmente utilizada no oriente.


Mas isso ele mesmo vai explicar a seguir.
Este produto foi desenvolvido (junto com o Felipe Bardy) a partir da reciclagem de caixotes de feira. Feitas de madeiras consideradas 'vulgares', como marupá e pinus, essas embalagens possuem curta vida útil e são constantemente descartadas. Rica porém, tal materia prima foi reaproveitada através da união de conceitos da biônica e do design sustentável, com técnicas da marchetaria maciça, criada na Itália renascentista. Por esse processo, reafirmamos então, as inúmeras possibilidades de transformar o lixo em algo belo e com utilidade. Tentamos ressaltar também, a necessidade urgente de uma consciência ecológica global. Tudo pode ser modificado...Ilumine suas ideias. Pense a frente!
OBS: O fato desta luminária ser inteiramente feita em madeira, faz com que seja OBRIGATÓRIO O USO DE LÂMPADA DE LUZ FRIA, que por sua vez, gasta menos energia elétrica e contribui para o ciclo de sustentabilidade do produto. É DE EXTREMO RISCO O USO DE QUALQUER LÂMPADA QUE EMITA CALOR. Devido à grande variedade de posturas assumidas, a cúpula pode ficar sem ventilação, o que gera combustão se a temperatura estiver elevada.
Faltou o Bernardo falar que tanto a cola usada para este trabalho como o acabamento, foram feitos considerando-se materiais renováveis e/ou não tóxicos!
O tel de contato do Bernardo Sodré é:
(21) 9324-2421

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Oficina do Ecovolucionário-Reciclando plástico em casa

Nas nossas oficinas vamos partir para a prática, vamos matar a cobra e mostrar o pau!
Nossa primeira oficina prática vai mostrar , que apesar da reciclagem ser um processo industrial que exige um maquinário especial, isso não impede de fazermos isso artesanalmente em casa.
Espero que com isso as pessoas se envolvam e participem de forma mais ativa nas questões ambientais e suas possíveis soluções.
Pois não existe lixo , exite é disperdício!

INTRODUÇÃO:

Existem 2 tipos de plásticos:
  1. Termo plástico
    Usaremos para isso os termo plásticos, pois estes podem ser reciclados com calor, fundindo em temperaturas relativamente baixas.Estes plásticos são identificados por estes símbolos e podem ser encontrados nas embalagens e geralmente se encontram no fundo da mesma.




Por que vamos usar o Polietileno?

http://pt.wikipedia.org/wiki/Pead


Baixo ponto de fusão.

Plástico quando queima não gera fumaça tóxica, queima com cheiro de parafina.

( jamais usem PVC neste experimento, fumaça altamente tóxica )

http://www.ecoviagem.com.br/fique-por-dentro/noticias/ambiente/greenpeace-alerta-para-os-perigos-de-substancias-toxicas-encontradas-dentro-de-casa-3393.asp

Usado em embalagens como: sacolas plásticas, garrafas de shampoo,garrafas de produtos de limpeza.

O que vamos precisar?

LISTA DE MATERIAIS







  • Garrafas plásticas de polietileno lavadas (embalagens de detergente e produtos de limpeza em geral)
  • Tesoura
  • Chapas metálicas (alumínio, ferro galvanizado)
  • Fogareiro Elétrico
  • Luvas (de couro)
  • Alicate ou pegadores
  • PASSO 1





    Achar uma embalagem feita de polietileno.

  • Limpar e secar a embalagem plástica.
  • Cortar o plástico em pedaços pequenos.










  • Colocar os pedaços plásticos sobre a chapa metálica.








  • Colocar a chapa sobre o fogareiro.
  • Colocar outra chapa por cima
  • Ligar o fogareiro na temperatura de fusão do plástico.
  • Cuidado para não deixar queimar o plástico, se não vai grudar na chapa!
  • Se tiver como regular a temperatura em torno dos 100-120 graus C é melhor!
  • Colocar um peso sobre a chapa de cima.
  • Esperar o plástico derreter e aglutinar e afinar formando uma lamina.
  • Retirar o peso usando luvas apropiadas e levar as duas chapas contendo o plástico para resfriamento.
  • Levar para água corrente a fim de resfriá-las rapidamente.
  • Retirar o plástico de entre as chapas e recortar o plástico para acabamento.



E agora, o que fazer com essas chapinhas?
Vc pode fazer porta copos, chaveiros, bijuterias.
Mande pra gente o que vc conseguiu fazer e sugestões de melhoria desta oficina com plásticos.
Quem quiser comprar placas de plástico reciclada industriais, entre no site :
www.zorite.com
Aguarde o próximo "Oficina do Ecovolucionário"

Os 4 "R" do Ecodesign

Normalmente quando se trata de falar em orientações que ajudam a se desenvolver um produto ou vida mais sustentável e ecológica são citados os famosos 3 "R".

O "Reduzir" talvez seja um dos mais importantes dos citados, pois implica na redução de:
matéria prima, energia, impacto no ambiente e mais importante, do consumo desenfreado entre outros!
Reduzir visando o equilíbrio e harmonia, significa reduzir os excessos, significa desmaterializar.

O "Reutilizar" que seria usar novamente algum produto após finda sua vida útil ou para a mesma função, como usar uma garrafa de vinho para armazenar água, ou para uma nova função diferente da projetada originalmente, como móveis feitos com garrafas PET.
Ambas as opções implicam em modificações sem uso de processos industriais (energia).
Logo não é correto se usar a palavra reciclagem para artesanato feitos a partir das garrafas de PET ou outro material (produto descartado).







O "Reciclar"neste contexto se refere ao material do qual um produto é feito e não do produto em si, logo estamos falando do retornar do material descartado ao ciclo produtivo feito INDUSTRIALMENTE (reciclagem) e se refere sempre a materiais de difícil degradação no meio ambiente como plástico, vidro, metais etc.
Este descarte pode ter acontecido na própria indústria e neste caso estamos falando de Reciclagem de pós-industrial ou de pré-consumo.
Quando isso acontece depois que o consumidor utilizou o produto, nós chamamos de reciclagem pós- consumo.
Vale ressaltar que a reciclagem pós-consumo, tem papel importante em países onde existem populações carentes, pois passa a ter um valor sócio-ambiental contribuindo tanto para a geração de renda e emprego como contribui para a retirada deste material do meio ambiente liberando espaços nos aterros sanitários e mais importante, contribuir para o saneamento básico em áreas carentes de sistemas de coleta de esgoto e água potável ( em geral rios e córregos acabam cumprindo com este papel, causando a morte dos mesmos em razão da grande poluição ambiental e transformação em foco de doenças).

Esta nova indústria de re-manufatura dispõe de maquinário específico para esta transformação que pode gerar produtos tanto iguais em relação ao uso original como novas aplicações.
Infelizmente não há incentivos fiscais para tais micro industrias em nosso país, em verdade o produto reciclado acaba sendo duplamente taxado ao invés de ser isento por limpar a sujeira gerada pelas indústrias que não se responsabilizam pelo descarte de seus produtos por parte do usuário!
Esta reciclagem descrita acima e conhecida como reciclagem mecânica ou física, existem ainda a reciclagem energética( onde o plástico é usado como combustível) e reciclagem química, onde pode acontecer a despolimerização do plástico , ou dissolução do mesmo com solventes.

O último e não menos importante dos “R” é o Re- pensar, estamos falando de mudar nossa visão de produto, re-pensar nossos hábitos, re-pensar nossas vidas. Projetar pensando em aproveitar o que já existe, já foi criado, mas pode ter sido esquecido, novas ideias com antigas tecnologias. Podemos projetar novos produtos usando outros como base , ao invés de termos que criar do zero. Aproveitar produtos cuja eficiência industrial e ambiental já se encontram no máximo, e cujos custos estão no mínimo.

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Ecologia,Sustentabilidade e Ecodesign




O termo ecologia foi criado pelo biólogo alemão Ernst Haeckel, em 1866, significa: “Relação dos seres vivos com o habitat ou meio ambiente natural”. Num ambiente urbano, criado e modificado pelo ser humano com o uso de maquinários e alta tecnologia, não se pode falar em relação direta com a Natureza, mas com um habitat formado pela mão humana. Logo em se tratando de obras neste ambiente, falar-se de construção ecológica ou reforma ecológica é inadequado. A expressão/palavra que melhor se adequar à condição do homem moderno é sustentável, conceito apresentado pela primeira vez em 1987, através do Informe Bruntland, da ONU – Organização das Nações Unidas, que definiu desenvolvimento Sustentável como “aquele que permite fazer uso dos recursos naturais sem esgotá-los, preservando-os para as gerações futuras”. Curiosamente este termo originalmente se aplicava à preocupação na década de 70 quando foi primeiramente falado se referia a sustentabilidade da industria em relação ao fornecimento de matéria prima.De qualquer maneira, aplicando o mesmo conceito, a definição mais correta para a construção com perfil moderno, urbano e industrial é Construção Sustentável.
Já na área de Design, o conceito de Design para Sustentabilidade (DFS) ou Ecodesign, está fortemente relacionado a capacidade de promover sistemas de produção que possam responder a requisitos sociais e ambientais em seus produtos, usando a menor quantidade possível de recursos naturais, em comparação com os padrões atuais da indústria. Neste sentido, os designers e decisões do processo produtivo devem coordenar todo produto, serviço e comunicação que possam contribuir para clarificar as alternativas de design e soluções técnicas que efetivamente atendam às inovações sociais e culturais. O método também considera o ciclo de vida( ACV) de matéria e energia e seus impactos nos sistemas naturais e humanos, assumindo que um novo padrão de comportamento deve existir no mercado, a um ponto em que os consumidores requeiram muito mais conformidade para os produtos e serviços, tendo por base idéias ambientalmente sustentáveis, socialmente aceitas e culturalmente atrativas.
Infelizmente, a iniciativa de livremente se optar por sistemas, produtos ou serviços chamados verdes não acontece de forma espontânea por parte das empresas em sua maioria, para isso alguns países criaram os selos verdes e as normas de conformidade como a da série ISO 14000 entre outras.
Vale lembrar que existem leis rígidas em vários países que devem ser cumpridas pelas industrias quanto aos impactos no ambiente.
No Brasil temos uma das mais completas legislações ambientais do mundo, mas, no entanto problemas como a não aprovação no congresso quanto à regulamentação de como o valor das multas são aplicadas e recebidas das empresas ou indústrias transgressoras (lobe das industrias) tem gerado uma contínua reincidência de casos e rolagem de processos.
Atualmente temos presenciado uma demanda crescente por parte do consumidor por produtos verdes ou ecológicos, junto a essa demanda várias empresas certificadoras e emitentes de selos não confiáveis tem se aproveitado e confundido o consumidor e as empresas.

Um artigo publicado recentemente em uma revista especializada na Espanha analisa o seguinte: (...) "as pseudo-etiquetas ecológicas começaram a aparecer há alguns anos, quando muitos fabricantes viram a possibilidade do negócio verde. Marcas como 'amigo do ozônio' podiam ser lidas em muitos dos produtos que se encontravam nas prateleiras de supermercados e grandes lojas. O problema destas etiquetas é que, mesmo que em algumas ocasiões ofereçam uma informação verdadeira, trata-se de publicidade sem nenhum controle por parte de organismos independentes e é a própria empresa que introduz tal denominação". A autocertificação é um dos principais inimigos do mercado verde, uma vez que induz o consumidor a acreditar que o produto que ele está adquirindo é ecológico por causa do rótulo. No Brasil, há inúmeros casos desses, desde ônibus com 'ar condicionado ecológico', a 'plástico que é ecológico porque impede que se derrubem árvores' ou fios elétricos 'ecológicos' cuja logomarca é uma florzinha estilizada com o cabo elétrico. Em 99% dos casos, o termo ecológico não se justifica. A ausência de um setor que pense o mercado verde leva a essas distorções e permite que tanto pessoas bem intencionadas como autênticos charlatões criem uma cultura de ecoprodutos duvidosa. Naturalmente que o consumidor não é obrigado a conhecer a fundo os parâmetros dos verdadeiros selos verdes. Ele não tem porque ser um técnico conhecedor de química, física, engenharia, arquitetura, biologia etc para avaliar o que está comprando. No entanto, ele é o objetivo final do jogo de mercado. Por isso, para que o ecomercado possa crescer saudável, será fundamental que no Brasil surjam Selos Verdes como já existem em todo o mundo. Esse Selo Verde não precisaria ser exclusivamente de caráter oficial. Nos EUA, o mais importante selo verde é conferido por uma entidade não governamental, a ONG Green Seal. Os selos para madeira (FSC )e alimentos orgânicos(IBD) também o são. É até mais importante que entidades privadas assumam esse papel, para impedir que corporações possam tentar corromper a máquina governamental para fazer valer seus interesses.

Mas atenção, como foi mencionado antes, estes selos se baseiam na analise de ciclo de vida dos produtos, e em cada país os ecoindicadores( como o holandês eco indicator 99), variam , em função de sua matriz energética, suas matérias primas, sistemas de transporte, mão de obra, fonte de água potável entre outros.
Não é difícil então imaginar que um selo que é ecológico em um país pode não o ser em outro.

Outro fator de relevância é que nos países desenvolvidos não são contemplados os impactos sociais e mesmo que o fizessem seria diferente em cada país.

logo não basta fazer a análise de ciclo de vida de um produto para chama-lo de ecoproduto, da mesma forma que não se pode afirmar que um produto só porque é feito com matéria prima natural não significa que seja ecológico, você pode se supreender com um produto feito de material sintético sendo mais ecológico que um feito com matéria prima natural!

Assim é mais adequado se falar em níveis de sustentabilidade de um produto.

Por essa razão os selos Europeus se classificam seus produtos em aceitáveis, bons e recomendados.

Eu pessoalmente preferia usar um gráfico como a roda de estratégia de Lids(Ecodesign strategy wheel)

A "Nova revolução verde"



A chamada primeira "Revolução verde" aconteceu após a 2 guerra mundial, composta por elementos como o agro negócio, a monocultura, a produção para exportação, a exclusão social, e a busca incessante por lucro através das as transnacionais estas foram suas principais características.
Apesar da mesma ter se originado já durante a guerra em decorrência da necessidade de se atender aos exércitos e a população civil com alimentos, ela foi usada como solução emergencial que acabou prevalecendo até a atualidade.
Muitos camponeses na Europa (em especial na Áustria), se negavam a usar a nova técnica que eram propagandeadas como maior salto tecnológico da civilização humana em mais de milênios do início da agricultura.
Mas foram as grandes indústrias de armamento dos países vencedores que buscando alternativas para manter os grandes lucros obtidos no período de conflito que encontraram na agricultura uma maneira de empregar todos os serviços tecnológicos desenvolvidos na guerra como forma de manter a atuação no mercado.
Todo o processo da Revolução Verde atendeu a interesses mercadológicos específicos que colocaram a preocupação com o meio ambiente em terceiro plano.
O processo de agroecologia, ou seja, da prática de uma agricultura sustentável, sem transgênicos ou agrotóxicos, nasceu de um enfrentamento ao projeto do capitalismo para a agricultura que privilegia os latifúndios.
Assim sendo a "Revolução Verde" consolida um modelo de produção que gera maior desigualdade no interior dos países, marcada pelos latifúndios, pelos monocultivos e pelo uso de insumos químicos. E as empresas do ramo de agrotóxicos e transgénicos tém aprofundado o modelo econômico e tecnológico de exploração baseado na destruição ambiental, no desperdício de energia e na expulsão de milhares de agricultores do campo alem da dependência tecnológica.

Mas como resolver o problema da fome sem criar problemas ambientais, sociais e econômicos?
A solução já desponta a um bom tempo pelas técnicas da agricultura orgânica e que podem ser potencializadas através das próprias pesquisas nas universidades.
Segundo o engenheiro agrônomo Paulo Stringheta, professor titular do Departamento de Tecnologia de Alimentos da Universidade Federal de Viçosa (UFV), em Minas Gerais.
“É a Nova Revolução Verde, que propõe uma reorientação da pesquisa, levando em conta os indivíduos e o meio ambiente e não apenas o capital e o lucro”.


Curiosamente tem se utilizado o termo "Nova revolução verde" não só para designar um modelo mais sustentável na agricultura e pecuária (se é que isso é viável na pecuária) como na produção industrial (eco design), construção civil (construção sustentável), e como novo modelo de vida, a vida sustentável que é um modelo de vida mais saudável e amiga do meu ambiente ela é a única viável tanto economicamente quanto humanamente, ela é a evolução!
Eis que surge então o cidadão sustentável!!
Para que toda esta nova revolução verde aconteça, é indispensável o maior agente de toda a revolução, que é você ser vivo!!!
Sem que você se conscientise de que é você que tem o poder para se construir esse novo mundo mais sustentável, mais ético, mais saudável, nada irá mudar, a não ser para pior!
É de fundamental importância que uma mudança na cultura e na atitude do indivíduo ocorra de forma a reverter ou ao menos deter esse processo, assumindo para si a responsabilidade dos rumos da vida no planeta.
Essa nova postura é chamada cidadania sustentável.
Ser um cidadão sustentável implica não só em direitos mais muito mais em deveres.
São eles:
Ter ciência que suas ações repercutem e interferem na qualidade de vida não só de outros indivíduos como na comunidade e no meio ambiente.
Ser consciente que seu poder de consumidor( consumo consciente) pode mudar os rumos não só da economia e da ética, como na busca por opções mais sustentáveis.
Como fabricante ou prestador de serviços, compreende as conseqüências e amplitude de suas ações nos indivíduos e na sociedade.
Conhecendo seus direitos e deveres, não espera por mudanças nos governos ou empresas, ele faz acontecer se mobiliza, toma uma atitude em prol não só de si como dos outros, aprende se informa e propaga o conhecimento.
Então o que é que você está esperando aí sentado, tome uma atitude seja também um Ecovolucionário!

Pedro Zöhrer