quinta-feira, 1 de maio de 2008

A "Nova revolução verde"



A chamada primeira "Revolução verde" aconteceu após a 2 guerra mundial, composta por elementos como o agro negócio, a monocultura, a produção para exportação, a exclusão social, e a busca incessante por lucro através das as transnacionais estas foram suas principais características.
Apesar da mesma ter se originado já durante a guerra em decorrência da necessidade de se atender aos exércitos e a população civil com alimentos, ela foi usada como solução emergencial que acabou prevalecendo até a atualidade.
Muitos camponeses na Europa (em especial na Áustria), se negavam a usar a nova técnica que eram propagandeadas como maior salto tecnológico da civilização humana em mais de milênios do início da agricultura.
Mas foram as grandes indústrias de armamento dos países vencedores que buscando alternativas para manter os grandes lucros obtidos no período de conflito que encontraram na agricultura uma maneira de empregar todos os serviços tecnológicos desenvolvidos na guerra como forma de manter a atuação no mercado.
Todo o processo da Revolução Verde atendeu a interesses mercadológicos específicos que colocaram a preocupação com o meio ambiente em terceiro plano.
O processo de agroecologia, ou seja, da prática de uma agricultura sustentável, sem transgênicos ou agrotóxicos, nasceu de um enfrentamento ao projeto do capitalismo para a agricultura que privilegia os latifúndios.
Assim sendo a "Revolução Verde" consolida um modelo de produção que gera maior desigualdade no interior dos países, marcada pelos latifúndios, pelos monocultivos e pelo uso de insumos químicos. E as empresas do ramo de agrotóxicos e transgénicos tém aprofundado o modelo econômico e tecnológico de exploração baseado na destruição ambiental, no desperdício de energia e na expulsão de milhares de agricultores do campo alem da dependência tecnológica.

Mas como resolver o problema da fome sem criar problemas ambientais, sociais e econômicos?
A solução já desponta a um bom tempo pelas técnicas da agricultura orgânica e que podem ser potencializadas através das próprias pesquisas nas universidades.
Segundo o engenheiro agrônomo Paulo Stringheta, professor titular do Departamento de Tecnologia de Alimentos da Universidade Federal de Viçosa (UFV), em Minas Gerais.
“É a Nova Revolução Verde, que propõe uma reorientação da pesquisa, levando em conta os indivíduos e o meio ambiente e não apenas o capital e o lucro”.


Curiosamente tem se utilizado o termo "Nova revolução verde" não só para designar um modelo mais sustentável na agricultura e pecuária (se é que isso é viável na pecuária) como na produção industrial (eco design), construção civil (construção sustentável), e como novo modelo de vida, a vida sustentável que é um modelo de vida mais saudável e amiga do meu ambiente ela é a única viável tanto economicamente quanto humanamente, ela é a evolução!
Eis que surge então o cidadão sustentável!!
Para que toda esta nova revolução verde aconteça, é indispensável o maior agente de toda a revolução, que é você ser vivo!!!
Sem que você se conscientise de que é você que tem o poder para se construir esse novo mundo mais sustentável, mais ético, mais saudável, nada irá mudar, a não ser para pior!
É de fundamental importância que uma mudança na cultura e na atitude do indivíduo ocorra de forma a reverter ou ao menos deter esse processo, assumindo para si a responsabilidade dos rumos da vida no planeta.
Essa nova postura é chamada cidadania sustentável.
Ser um cidadão sustentável implica não só em direitos mais muito mais em deveres.
São eles:
Ter ciência que suas ações repercutem e interferem na qualidade de vida não só de outros indivíduos como na comunidade e no meio ambiente.
Ser consciente que seu poder de consumidor( consumo consciente) pode mudar os rumos não só da economia e da ética, como na busca por opções mais sustentáveis.
Como fabricante ou prestador de serviços, compreende as conseqüências e amplitude de suas ações nos indivíduos e na sociedade.
Conhecendo seus direitos e deveres, não espera por mudanças nos governos ou empresas, ele faz acontecer se mobiliza, toma uma atitude em prol não só de si como dos outros, aprende se informa e propaga o conhecimento.
Então o que é que você está esperando aí sentado, tome uma atitude seja também um Ecovolucionário!

Pedro Zöhrer

2 comentários:

artur disse...

querido Pedro


seja muito, muito bem-vindo à Blogosfera!

desejo que este blog se torne muito conhecido rapidamente, pois seu valor informativo e educativo é inestimável!

na msg de boas-vindas do "Pés pra Cima" eu pergunto: "o que será que ciclismo, ecologia e música têm em comum?"

a pergunta me parecia meio sem sentido na época em que foi lançada;

mas, aos poucos, foram aparecendo respostas que faziam MUITO sentido

uma delas é uma frase do Lutzemberger, naturalmente muito anterior à pergunta:

“A Ecologia, como ciência da Sinfonia da Vida, é a ciência da sobrevivência.
Longe de ser uma especialização, ela é a visão global das coisas,
é a visão sinfônica do mundo, a visão do universo como esquema racional integrado"

Teu conceito Ecovolucionário e este blog, considerados no contexto da tua história de vida, tbém respondem e dão sentido à pergunta, de uma outra maneira.

muito obrigado

como se diz no Zen: Gasshô
(palma com palma)

abraço fraterno

artur

Olavo Ludwig disse...

Grande Pedro!

Ler estes teus dois artigos hoje, me fez sentir mais esperança no futuro da humanidade, tenho assistido documentários e lido muitas iniciativas sobre desenvolvimento Sustentável, mas no dia a dia, no contidiano mesmo, é muito difícil ver alguma aplicação, eu luto, e muitas vezes penso que estou só, me chamam de maluco só por ter idéias que muitas vezes são utilizadas com sucesso em outros países, mas na verdade sei que não estou só, estamos apenas diluídos na massa. Parabéns pelo blog, Grande Pedro!
Abraço
Olavo